top of page

Na mira do manejo correto

Saiba qual a melhor forma de tratar seus trincas

 

Por : Eduardo Machado 

 

 O manejo de trinca-ferro para fibra é considerado por muitos, um SEGREDO VALIOSO, guardado a 7 chaves!!! Será que existe mesmo esse “mapa da mina”?

 

Se assim o fosse, quem fosse o detentor estaria BILIONÁRIO, pois pegaria uma ave qualquer e a transformaria em um SUPER CRAQUE, e assim teríamos uma legião de CAMPEÕES.

Cada um tem seu MANEJO, sua MEXIDA e costumo dizer que “O BOM NASCE FEITO”. Podemos sim é estragar a ave se não respeitarmos as suas limitações... não acredito em “mão boa” e sim em “mão ruim”.

 

De inicio precisamos observar se o trinca-ferro tem potencial, velocidade na retomada de canto e principalmente fibra, e isso nem sempre é aflorado nas primeiras puxadas, até mesmo pela falta de tarimba ou maturidade, e com isso muitos criadores, pela falta de paciência, acabam por descartar bons trinca-ferros, a exemplo o grande campeão ZANDONAIDE que antes de se tornar um “ÍCONE”, passou por muitos criadores, até mesmo como descarte.

 

Há a necessidade de se ter um olho clinico, e observar com calma atitude do Trinca-Ferro perante outros e PRINCIPALMENTE não confundir BADERNA com RODA, pois é na estaca que “o filho chora e mãe não vê”. Ali a ave passará por um período de teste físico e psicológico, onde só ficam os mais preparados.

 

São verdadeiros atletas, e é por isso que temos de respeitar e adotar algumas regras do tipo “preservar” energia para o torneio e não ficar “badernando” com o bicho durante a semana, atentar-se à alimentação, observando a dosagem (ou não) de fêmea, proporcionando exercícios (vôos) no gaiolão (mínimo de 1,5m) dentre outras situações sempre voltadas ao bem estar da ave competidora.

 

ALIMENTAÇÃO

 

Ofereça ao Trinca-ferro ração extrusada de qualidade (temos varias opções no mercado), sementes (mistura bicudos e cartamo), alimento vivo (1 ou 2 tenébrias ao dia), água fresca e filtrada, frutas, legumes e verduras, sempre em porções pequenas que a ave possa consumir em 30 minutos, pois após esse período perde seu teor nutritivo tornando-se uma fonte de fungos e bactérias.

 

Banho de sol (ou luz artificial) e banheira pelo menos 2 vezes por semana e desde que o tempo permita, evitando assim que a ave pegue algum resfriado prejudicando assim as vias aéreas importantíssimas não só para o canto, mas para o desempenho nos torneios.

 

FÊMEA

 

Nem todo Trinca-Ferro necessita de fêmea, TODOS GOSTAM (a maioria), mas alguns acabam por diminuir o rendimento, por isso é importante observar a dosagem ou até mesmo a retirada da fêmea do Trinca-Ferro.

 

Cada caso é um caso. Tem Trinca-Ferro que gosta de ficar próximo da fêmea, outros que gostam de ver a fêmea, outros apenas no piado, e outros ainda que moram junto com a fêmea, por isso não podemos adotar isso como regra.

 

Como acasalar o Trinca-Ferro? Difícil mas garanto que não é coisa da noite para dia, afinal“ NINGUÉM CONHECE A ESPOSA NO DIA DO CASAMENTO” salvo algumas culturas, mas isso é um caso à parte.

 

Às vezes, escolhemos aquela fêmea fogosa, roncadeira, que abaixa a todo o momento, e nem sempre essa é a melhor opção e podemos até estragar (chocar) o Trinca-Ferro, e no torneio ele pode começar a triscar, encher o bico de alimentos (filhotando) e algumas vezes até correr, pois a atenção está voltada para a “esposa” que está em casa, lembrando que o Trinca-Ferro é uma ave territorialista, sendo o ideal um casal apenas por local.

 

Em resumo quem tem de gostar da fêmea é o Trinca-Ferro e não o criador, e uma vez acasalado a fêmea torna-se 50% do macho, considerando que há uma grande diferença da fêmea que o acompanha para aquela destinada a criação. Cada um tem sua função e seu valor.

 

Existem prós e contras de se ter um Trinca-Ferro puro (sem fêmea) para aqueles acasalados.

 

SEM FÊMEA:  Já começa que será uma gaiola a menos para tratar e se preocupar no torneio, porém não se tem como segurar a muda e até mesmo o temperamento do Trinca-Ferro, que em alguns casos acaba “acasalando” com o dono e até mesmo com outra ave, mesmo sendo do mesmo sexo (parelha) e até de outra espécie, e quando o criador descobre isso pode ser tarde na temporada.

 

COM FÊMEA: O bom que se consegue manipular (condicionar) melhor o Trinca-Ferro, porém fica-se na dependência TOTAL da fêmea, condicionada ao período que ela “esquenta”, e ainda corre-se o risco da perda da fêmea (morte, fuga, doença, etc...) e com isso o Trinca-Ferro vai sentir ou até mesmo parar de cantar, tendo o criador começar tudo do zero, como aconteceu com o Trinca MALUKO que até acertar “o novo casamento” já era tarde e estava no final da temporada. Existem casos que o criador não cede a fêmea certa, deixando o novo criador “louco” pra então oferecer o “X”, e isso acontece com praticamente todas as espécies INFELIZMENTE!

 

Eu conheci uma pessoa que pegou um Trinca-Ferro e na casa do criador antigo, tinha mais de cinco fêmeas e o novo criador não acertava qual era, até que ele foi e trouxe TODAS, e pasmem, voltou o TF voltou a cantar... incrível caso de bigamia!

 

Resumindo, procurem observar a atitude de sua ave perante a fêmea, e ao colocá-los de frente se atacarem é porque ainda não está acasalado. Isso acontece quando a fêmea começa a “conversar”, quando a fêmea “trava” o Trinca-Ferro no canto, aí se pode dizer que estão acasalados, e procurem exemplares da mesma idade, minimizando os riscos.

 

O trato deve ser o mesmo para o casal e evite medicamentos MILAGROSOS, lembrando que o Trinca tem um fígado muito sensível.

 

Boa sorte e como diria nosso saudoso Japaguaio SUCESSO!!

 

 

EDUARDO MACHADO CRIADOR E ADMINISTRADOR CRIADORES DE PÁSSAROS 

 

bottom of page