
Criando Azulões
Desde novembro de 1984, estamos observando e procurando deixar consignadas nossas experiências com Azulões (Cyanocompsa cynea Sterea). Nosso interesse ocorreu pelo comportamento destes pássaros no canto, na roda de fibra; pelo número expressivo de aficcionados da espécie e principalmente pela viabilidade da reprodução em cativeiro. Assim, de um casal original obtivemos vários filhotes, e mais tarde, com novo macho, mais ninhadas bem sucedidas nos estimularam a prosseguir. Nestas breves notas, procuramos esclarecer aspectos que sistematicamente não são questionados, ou mesmo, para estabelecer uma saudável discussão técnica.
Reprodutores
Preferencialmente mansos, sendo interessante uma aproximação à fêmea antes do acasalamento definitivo.
Idade
Somos de opinião, que pássaros adultos· são os melhores, comprovado com exemplares já criados em cativeiro, de 3 para 4 anos.
Ambiente de criação
Em gaiolas criadeiras de canários ou pequenos viveiros, com casais individualizados. Criando um ambiente próximo do natural (alguns galhos e um ninho grande de canário belga em lugar discreto e de fácil acesso), a fêmea prepara o ninho com material que colocamos à disposição. O piso do viveiro e/ou gaiola não precisa estar sempre limpo para propiciar o aparecimento de insetos e larvas que favorecem na criação dos filhotes, mas evitar que o ambiente se torne putrefato.
Época de criação
Em nosso criadouro já obtivemos filhotes de setembro a abril do ano seguinte com o mesmo casal, mas a melhor época é no fim da primavera, evitando a reprodução com pássaros em muda pois estarão enfraquecidos.
Incubação
É geralmente por 2 ovos por 13 dias, cuidando pois os filhotes bem nutridos, deixam o ninho em seguida (ao redor de 15 dias) voando com dificuldade nos três primeiros dias.
Alimentação
É uma mistura de grãos (painço, alpiste, girassol, aveia, arroz com casca, linhaça e milho quebrado), ração crescimento, suplementação mineral, farinhada com ovo duro, verduras, milho verde tenro, maçã, pepino e água limpa.
Larvas de Tenébrio
São fundamentais para criação, e devem ser distribui das de 30 a 50 larvas ao dia, divididas em três vezes, por filhote. No caso de dificuldade, outras larvas, também servem, devendo-se aumentar a quantidade. O ideal são várias caixas de larva em estufa na temperatura de 30Q C, para sempre termos disponibilidade, ou congelá-Ias em pacotinhos de 30 larvas.
Separação dos pais
Separar quando estão bem crescidos, podendo permanecer juntos, se não houver concorrência de mais que uma geração. Cuidar as brigas dos filhotes, mesmo entre fêmeas.
Anilhamento
Feito aos 12 dias com anel bianual IBAMA de 3,5mm.
Regularização
Anualmente acrescentar na relação de passeriformes canoros, os filhotes nascidos, inclusive com nome fantasia para reconhecimento. Estes filhotes poderão ser comercializados mediante certificado oficial de transferência, com indicação dos pais e, só para criador registrado ou para quem quiser iniciar uma criação de silvestres.
Novidade
Já existem criadores utilizando um macho para três fêmeas com gaiolas criadeiras individualizadas. Na época da gala é solto o macho e uma fêmea na casa do criador em ambiente previamente preparado para evitar fugas, e durante o período de incubação-criação a fêmea fica presa na sua gaiola, enquanto outra fêmea é solta com o mesmo macho. É uma ótima idéia que deve ser divulgada para que possamos cada vez mais aprimorar o manejo.
Seleção dos filhotes
É feita levando em conta o porte, pelo fenótipo (beleza exterior) mais harmonioso, pela fibra e qualidade do canto.
EDUARDO MACHADO CRIADOR E ADMINISTRADOR CRIADORES DE PÁSSAROS !